Comece pela retenção!

A esta altura eu acredito que você já saiba o que é o Employer Brand Management e para quê serve um EVP. E com sua estratégia de gestão da marca empregadora construída você deve estar se perguntando: “Por onde eu começo? Como vou aplicar tudo isso?” 

 Fica o spoiler, a resposta já estava no título. 

Sim, comece pela retenção dos seus talentos antes de trabalhar para atrair novas pessoas que se conectem ao seu EVP. O motivo é simples, já que não faz sentido ficar atraindo mais gente e perdendo mais gente enquanto isso. Foco na retenção, para depois mexer na atração. 

Um dos números que podemos acompanhar para avaliar se a estratégia de EB está sendo efetiva é justamente o turnover. Sim, nem a melhor estratégia do mundo vai zerar esse número, mas certamente se você estiver criando iniciativas, planejando e construindo uma cultura com foco na gestão de marca empregadora, esse é um dos indicadores de uma trajetória de sucesso.   

Enquanto a atração é mais nítida, com os processos mais conhecidos e até parecidos entre as empresas, a retenção é um caminho mais profundo e demanda não só mexer na comunicação, para falar de orgulho e destacar os pontos que seu EVP mostra que são os mais relevantes para quem está na empresa, mas, principalmente, você precisa ir a fundo nos processos da companhia e fazer com que eles também traduzam o EVP no dia a dia.   

Entenda o dia a dia do seu time, veja onde as coisas dão errado com o olhar da generosidade de quem quer acertar as coisas e construa novos processos. O desafio maior aqui está na hora de fazer com que outras áreas colaborem, já que você não será a única pessoa responsável. Para isso, eu colocaria um exercício anterior ao de começar a reter as pessoas: apresente seu projeto para todo mundo, especialmente para quem não participou dele.   

Grande parte do mercado de Employer Brand Management vem da área de comunicação, então acaba sendo essa a principal fortaleza das pessoas: comunicar melhor, falar mais, contar para todo mundo o que estamos fazendo. E isso é importante, só não é a mais fundamental ferramenta. Precisamos mexer na vivência dos colaboradores.   

Quer um exemplo? Posso providenciar um, ou dois. 

Imagine que você está em um mercado de produtos alimentícios naturais e que o EVP da sua empresa, entre outros pontos, fale sobre a importância de comer de forma saudável. Se a sua empresa oferece, na cafeteria dela vários produtos industrializados, algo está em descompasso. O mesmo daria para dizer se ela não promove um ritmo de trabalho que permita cuidar da alimentação da sua família. Talvez algumas políticas precisem ser mudadas.   

Mais um exemplo: Sua empresa vende um produto ou serviço, mas os colaboradores não possuem o poder aquisitivo para experimentar, como poderão falar da sua empresa e do que vendem? A construção dessa experiência pode ser um excelente projeto de EB. 

Um outro ponto muito relevante é o alinhamento com a liderança. Já é dado conhecido no mundo dos Recursos Humanos que a atuação do líder pode reter ou fazer com seus colaboradores abandonem a empresa, isso está no topo de praticamente qualquer ranking que você procurar. Então, atuar para que a liderança esteja alinhada e representando o que a empresa realmente quer ser, é essencial. 

Em Employer Brand Management tente ser o que mais faz você ser você mesmo. 

Tudo precisa fazer sentido, entende?   

E se a pessoa não concorda ou não se conecta, então ela não é para sua empresa. E tudo bem.