Compromisso

Existe algo que é inato em alguns profissionais que é o compromisso, em alguns casos diria, que as pessoas que têm uma grande tendência a se sentirem fortemente comprometidas, chegam a sentir-se responsabilizadas por tudo o que acontece. Elas atraem a para si o ónus da questão mesmo quando a responsabilidade seja de outrem, que displicentemente se despe desse dever.

Assistimos mesmo a situações caricatas, em que os comprometidos são responsabilizados por funções alheias porque os “Laissez- faire” acreditam que existe uma nova ordem de distribuição natural, em que tudo o que precisa ser feito nunca é seu dever, a não ser tudo o que já se encontra realizado.

Garantidamente essas pessoas não sofrerão de doenças cardíacas, porque a energia despendida na realização da tarefa, seria bem menor que toda a displicência em assobiar para o lado com o risco da observação que poderia chegar a ser humilhante para um comprometido.

Pergunto-me se é algo inato, se a pandemia e a guerra, trouxeram este relaxamento que muitas vezes é premiado em detrimento da motivação de quem realmente vai fazendo o que lhe é permitido.

Diria que crianças que se sentem culpadas por acontecimentos alheios, em que os adultos se despem da sua responsabilidade, podem gerar adultos mais comprometidos? Sim, sem duvida que pode existir uma correlação.

Na relação laboral como no pessoal, quanto tempo é que o comprometido se sustenta se não for alimentado no mesmo sentido?  O comprometido muito mais do o despreocupado, consegue muitas vezes estar anos nessa realidade, mas o fardo não é leve.

Quando ele se vê obrigado de alguma forma a ficar despreocupado ou a cortar a relação, é algo que lhe provoca dor porque é contranatura.

As empresas deveriam aproveitar mais estes perfis, pois a felicidade está no fazer e na partilha, motivados são elementos que conseguem exponenciar de uma forma surpreendente o desempenho de qualquer equipa.

Interligado está o propósito, que de forma direta ou indireta será sempre o servir, suprir necessidades do cliente externo ao interno, nas mais diversas áreas, sejam elas a saúde, a industria ou os serviços.

Servir é um termo pouco usado, mas na verdade tão cheio de significado porque, o que será do ser humano se não for útil ou prestável?

Fica o mote para reflecção.