Por que o RH tem tanto medo do uso da tecnologia, afinal?

Uma coisa que me intriga bastante e me motivou escrever este artigo é o fato do quanto é comum o pessoal de Recursos Humanos resistir ao uso de ferramentas tecnológicas para facilitar as entregas do próprio trabalho.

Uma das causas mais prováveis que levam meus colegas de Pessoas a terem tanto medo da tecnologia é o mito de que ela irá substituir o trabalho deles, o que é verdade no quesito operacional, ou seja, tudo o que é repetitivo e não envolve decisões humanas já está sendo substituído e é um caminho sem volta.

O uso de tecnologia para o RH também sofre bastante resistência por parte dos decisores do negócio por um motivo muito simples: a falta de clareza do quanto investir em pessoas impacta no retorno financeiro.
Por décadas o setor de Recursos Humanos foi e ainda é, em muitas empresas, um setor meramente operacional e transacional, executando apenas o que já foi decidido nas reuniões estratégicas.

Minha provocação para que este cenário mude de verdade é que o RH tenha a coragem de assumir sua “cadeira” de direito nas reuniões de planejamento estratégico e participe de forma ativa nas decisões que envolvam o negócio em si, afinal são as pessoas que vão executar as ações decididas e sempre são elas que trazem os resultados!

Contudo, para que isto de fato aconteça, meus colegas de gestão de pessoas precisam firmar sua posição de forma estruturada, trazendo dados concretos do quanto o setor de RH impacta diretamente no resultado do caixa da empresa e também mostrar o quanto não investir em condições de trabalho e ferramentas certas impacta no resultado negativo do mesmo caixa.

Nenhuma empresa vai aceitar colocar decisões no seu planejamento estratégico que sejam por puro “achismo” ou argumentos abstratos como “pessoas felizes entregam mais”.

O RH Estratégico só existe através do uso consciente de ferramentas que traduzam as entregas do setor em dados de impacto no resultado do negócio e é nisso que eu desafio a reflexão dos colegas para se permitirem conhecer o que há de novo no mercado, seja em termos de tecnologia e também em termos de metodologias e processos para melhor gerir o que realmente importa no final das contas: pessoas fazem negócios com pessoas!