PRIMEIRO TRIMESTRE DO ANO COM MENOS 7.800 COLOCAÇÕES EM TRABALHO TEMPORÁRIO FACE AO MESMO PERÍODO DE 2020

Em comparação com os períodos homólogos mensais, relativos a 2020, existiram quebras nas colocações correspondentes a 3.900 pessoas em janeiro (-11%), 3.000 em fevereiro (-8,6%) e 900 em março (-2,7%), uma melhoria face ao trimestre anterior.

Lisboa, 19 julho 2021 – A APESPE-RH -Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e de Recursos Humanos – e o ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa) divulgam os Barómetros do Trabalho Temporário relativos aos meses de janeiro, fevereiro e março de 2021.

As principais conclusões apresentadas neste barómetro são as seguintes:

  • No total, a quebra verificada no número de colocações no 1º trimestre de 2021 face ao mesmo período do ano anterior foi de -7,5% (103.899 em 2020 vs 96.099 em 2021).
  • O Índice do Trabalho Temporário (Índice TT) subiu em todos os meses do 1º trimestre de 2021. Analisado mensalmente, março de 2021 já regista um valor superior ao verificado no ano anterior, mas os valores de janeiro e fevereiro continuam abaixo dos registados nos períodos homólogos de 2020, num período pré-pandemia.
  • O valor do Índice TT situa-se em março nos 0,97, o valor mais elevado dos registos efetuados, e tem vindo a subir progressivamente desde maio do ano passado, quando registou o valor mais baixo da série – 0,50 (com exceção de ligeira queda em dezembro de 2020).
  • Relativamente à caracterização dos trabalhadores temporários, verifica-se uma ligeira e progressiva descida da contratação de trabalhadoras do género feminino (45,9% em janeiro; 45,1% em fevereiro e 45% em março). Ainda assim, janeiro significou uma subida de 1 ponto percentual relativamente a dezembro de 2020 (44,9%).
  • Ao nível da distribuição etária, a percentagem de trabalhadores com menos de 30 anos mantém-se superior e estável: 48,8% em janeiro; 49,8% em fevereiro e 49,5% em março. O mesmo acontece com as restantes faixas etárias ao longo dos três primeiros meses de 2021 (entre os 30-49 anos a percentagem situa-se sempre aproximadamente nos 42% e os 43%, enquanto que acima dos 50 anos se situa entre os 7% e os 8%).
  • O ensino básico continua o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas (66,4% em janeiro, 66% em fevereiro e 66,6% em março), mas desce ligeiramente em relação ao final do ano passado (67,8% em dezembro 2020). Segue-se o ensino secundário (aproximadamente 26% nos três meses) e a licenciatura (aproximadamente 6%).
  • As empresas de “Fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis” foram as que mais recorreram ao trabalho temporário no 1º trimestre de 2021 (com ligeira quebra, passando de 15,6% em janeiro e fevereiro para 14,5% em março). As empresas de “Fornecimento de refeições para eventos e outras atividades de serviço de refeições”, que em janeiro estavam em 2º lugar com 5,3% dos contratos, passam para 5º lugar em fevereiro (3,5%), mas voltam a subir ao 2º lugar em março (5%).
  • No que concerne à distribuição do trabalho temporário por principais profissões, em janeiro, fevereiro e março de 2021, os “Empregados de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes” (cerca de 22%), “Outras profissões elementares” (cerca de 20%) e “Trabalhadores qualificados do fabrico de instrumentos de precisão, joalheiros, artesãos e similares” (entre 10% e 12%) destacam-se.

Os indicadores de colocação relativos ao trabalho temporário têm vindo a subir de forma consistente e progressiva desde março do ano passado, quando se sentiram os piores efeitos da pandemia. Essa tendência volta a registar-se no primeiro trimestre de 2021. A flexibilidade deste tipo de vínculos, sobretudo em áreas como a hotelaria, o turismo ou o setor automóvel, permite que as empresas tenham uma maior margem para contratar mediante as necessidades, de forma que podemos assumir que estão a existir melhorias nestes setores”, analisa Afonso Carvalho, presidente da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e Recursos Humanos (APESPE-RH).

“Este tipo de vínculos permite a redução dos números do desemprego, sobretudo em períodos considerados de melhoria das condições ou de retoma. Prevendo esta realidade e de forma a proteger os trabalhadores no geral, preparámos um documento no qual identificamos algumas medidas que consideramos fundamentais para melhorar as condições de empresas e trabalhadores no que respeita ao trabalho temporário, que já apresentámos ao Governo”, acrescenta.

Notas metodológicas

1) Recolha de informação

Os resultados divulgados tiveram por base informação recolhida relativa a trabalhadores colocados até março de 2021 junto das seguintes empresas de trabalho temporário: Egor, Kelly, Manpower, Multipessoal, Multitempo e Randstad.

2) Índice de Trabalho Temporário

O Índice calcula-se através do rácio entre o número de pessoas colocadas num mês e no mesmo mês do ano anterior.

3) Índice do valor total dos vencimentos brutos

O Índice calcula-se através do rácio entre o valor total dos vencimentos brutos num mês e no mesmo mês do ano anterior.

Apoio: TAYLOR – YoungNetwork Group