TRABALHO TEMPORÁRIO RECUPERA +8% NO 3º TRIMESTRE

Verifica-se um crescimento nas colocações de trabalho temporário no 3º trimestre face aos mesmos meses de 2020, com mais 9.800 pessoas em julho (+42%); 7.500 pessoas em agosto (+30%) e 4.300 pessoas em setembro (+14%). Relativamente ao índice de Trabalho Temporário, este diminuiu progressivamente nos três meses analisados, no entanto os valores devem ser contextualizados em comparação com o período homólogo de 2020, quando se começou a verificar uma recuperação.

Número de trabalhadores acima dos 30 anos volta a subir em setembro, após mais contratação de jovens em agosto

A APESPE-RH – Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e de Recursos Humanos – e o ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa) divulgam os Barómetros do Trabalho Temporário relativos aos meses de julho, agosto e setembro de 2021.

As principais conclusões apresentadas neste barómetro são as seguintes:

  • No total, o aumento no número de colocações no 3º trimestre de 2021 face ao mesmo período do ano anterior foi de +27% (78.880 em 2020 vs 100.480 em 2021). Existe também no 3º trimestre uma melhoria de +5% e de +8% relativamente às colocações do 1º trimestre (96.099) e 2º trimestre (92.847) deste ano, respetivamente.
  • O Índice do Trabalho Temporário (Índice TT) diminuiu progressivamente no 3º trimestre (1,42 em julho; 1,30 em agosto e 1,14 em setembro). O decréscimo observado a partir de junho, após um crescimento progressivo desde janeiro, coincide com os meses do ano passado nos quais se começou a verificar uma recuperação após o período de confinamento.
  • Relativamente à caracterização dos trabalhadores temporários, verifica-se uma pequena descida da contratação de trabalhadoras do género feminino de julho (44,5%) para agosto (43%), mas com uma recuperação em setembro para 45%.
  • Ao nível da distribuição etária, verifica-se que há um ligeiro aumento da idade média dos colocados em julho (52,6%) face a junho (+0.8 pontos percetuais). Este grupo também aumenta em setembro, com 52,3% das pessoas acima dos 30 anos, após diminuir em agosto (51,7%), quando se verificou mais contratação de jovens.
  • O ensino básico mantém-se o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas (67,6% em julho, 67% em agosto e 67,2% em setembro). Segue-se o ensino secundário (cerca de 25%) e a licenciatura (aproximadamente 6%).
  • As empresas de “Fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis” continuam a ser as que mais recorreram ao trabalho temporário no 2º trimestre de 2021, mas continuam a baixar em relação aos trimestres anteriores: 9,3% em julho, 9,1% em agosto e 8.6% em setembro (2º trimestre entre 13% e 10% e 1º trimestre entre 16% a 14%). As empresas de “Fornecimento de refeições para eventos e outras atividades de serviço de refeições” assumem o 2º lugar, com cerca de 7% (apesar de ligeira quebra em agosto para 4%).
  • Na distribuição do trabalho temporário por principais profissões, no 3º semestre de 2021 destacam-se os “Empregados de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes” (cerca de 21% em julho e agosto). Em setembro, esta categoria foi ultrapassada por “Outras profissões elementares” (22,5%). Em terceiro lugar estão os “Trabalhadores qualificados do fabrico de instrumentos de precisão, joalheiros, artesãos e similares” (entre 11%-12%).

Afonso Carvalho, presidente da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e Recursos Humanos (APESPE-RH), reforça que “Apesar de o índice de Trabalho Temporário estar a decrescer ligeiramente desde junho, temos de ter em conta que este cálculo é feito com base no ano anterior, que foi atípico mas no qual a partir do verão se começou a sentir uma recuperação. Analisando a evolução de contratações em 2021, estas baixaram no 2º trimestre mas recuperaram no 3º, o que é um sinal positivo».

«A contribuição do Trabalho Temporário para a contratação de trabalhadores com menor nível de qualificações académicas, nomeadamente o ensino básico, assim como trabalhadores de faixas etárias mais elevadas, continua a ser evidente no barómetro. É essencial a integração destes colaboradores no mercado de trabalho e a aposta, que é feita, na sua formação e qualificação», acrescenta Afonso Carvalho.

Notas metodológicas

1) Recolha de informaçãoOs resultados divulgados tiveram por base informação recolhida relativa a trabalhadores colocados até março de 2021 junto das seguintes empresas de trabalho temporário: Egor, Kelly, Manpower, Multipessoal, Multitempo e Randstad.

2) Índice de Trabalho TemporárioO Índice calcula-se através do rácio entre o número de pessoas colocadas num mês e no mesmo mês do ano anterior.

3) Índice do valor total dos vencimentos brutosO Índice calcula-se através do rácio entre o valor total dos vencimentos brutos num mês e no mesmo mês do ano anterior.