Como ajudar a geração Z a singrar no mercado marcado pela instabilidade

Embora possa variar ligeiramente, a geração Z é definida por aqueles que, em média, nasceram entre a segunda metade da década de 1990 e 2010 sensivelmente. Ora, portanto, pessoas que estarão entre os 13 e os 28 anos. Quando pensamos nesta geração, talvez das primeiras premissas que nos ocorra é: tecnologia e internet. O mundo sem o digital para estas pessoas é inimaginável e isto tem implicância não só na moldagem da sua cognição e perceção, traduzindo-se no espectro mais privado e individual das suas vidas, como também no profissional.

No artigo de 2022 da BBC Worklife “Gen Z: The workers who want it all” é definida a geração Z – a mais jovem atualmente no mercado e considerando, claro, que muitos ainda estarão a estudar – como os “trabalhadores que tudo querem”. Mas o que é este tudo? Estamos a falar de salários, mas também de algo que outrora não era paradigma, um “work-life-balance”, maior flexibilidade por exemplo no modelo de trabalho (regimes de teletrabalho, semana de 4 dias, etc.), que lhes permita, eventualmente, um melhor equilíbrio psicológico, o chamado “não viver para trabalhar”. Outra questão que parece ser levantada por esta geração, mas também pelos últimos Millennials que os precedem e com os quais ainda partilham diversos pontos de vista, são as questões sociais e ambientais. Inclusive, é referido que estas gerações estão dispostas a não priorizar o trabalho, e antes a procurar outros meios que lhes permitam subsistir, quando não veem as suas necessidades supridas.

Neste sentido, e uma vez que, sendo esta geração fortemente focada e motivada para encontrar o emprego que idealizaram, oportunidades reais para aprender e evoluir na carreira, e ainda que tanto valoriza o bem-estar, as empresas terão invariavelmente de criar estratégias de adaptação – e na minha opinião (não fosse eu uma dessas últimas Millennials) – de evolução positiva. As empresas deverão promover um ambiente cuja saúde e a cultura flexível e dinâmica sobretudo, tenham um lugar notório, representando o motor da corporação. Uma análise realizada por uma professora de Sociologia e Ciência da Universidade de Nova Iorque para o artigo da BBC, indica-nos que embora possa levar algum tempo até que encontremos verdadeiramente os benefícios que tanto se espera, isto deverá acontecer à medida que os Millennials, cujos valores se assemelham aos da Geração Z, assumam cada vez mais funções de liderança e consequentemente as empresas pressionadas para atrair e reter talentos se vejam forçadas a ceder a algumas exigências dos seus trabalhadores.

Em jeito de término desta reflexão, vejamos que, tanto os Millennials, como a Geração Z cresceram num mundo globalizado e tecnológico, mas em contrapartida com problemas transversais graves (e.g., uma crise financeira global, constante incerteza económica e política, crises climáticas, pandemias e guerras), e estes fatores irão necessariamente forjar a consciência e personalidade coletiva. É uma geração que tem meios de comunicação extremamente facilitados, acessos infindáveis a informação, altamente escolarizada e por isso ambiciosa e sonhadora (o que considero ser uma consequência natural) mas também e curiosamente mais propensa a relatar problemas de saúde mental, ainda que, pela sua consciência e literacia, aqueles que também mais procuram ajuda e tratamento.

Acredito que é uma geração que está disposta a trabalhar e a dedicar-se, sendo também algo a relevar que são pessoas que valorizam a comunicação e diálogo aberto com a liderança. E desta o que esperam?

Um carácter ético e justo e nisto destaco, um maior apoio e compreensão com questões relacionadas com a saúde mental e individualidade.