A rotatividade é um “mal invisível” nas empresas brasileiras
Com base no recente estudo feita pela Sólides Tecnologia em parceria com a Offerwise, o Brasil possui a maior taxa de rotatividade do mundo, de 51,3% ao ano.
Em outras palavras, 1 a cada 2 colaboradores pediram demissão ou foram desligados nos últimos 12 meses, representando uma perda de R$ 600 bilhões ao ano para as empresas em termos de custos trabalhistas e perda de produtividade.
Um dado que me chamou muito a atenção no estudo foi que a maioria dos colegas de Recursos Humanos das empresas entrevistadas responderam que a taxa de rotatividade da sua empresa está baixa ou controlada, o que evidencia que ou não participam das conversas de negócios com suas diretorias ou não sabem se comparar com o mercado.
Segundo a fala da Co-Founder e CEO da Sólides Tecnologia, Mônica Hauck :
“A rotatividade é um vilão silencioso que destrói uma empresa e corrói seu crescimento”.
Ainda segundo o estudo, 97% dos funcionários afirmam ter uma liderança direta responsável pela sua gestão, ou seja, é extremamente levar a pauta sobre gestão de pessoas para todos os líderes e não só envolver o RH ou, na melhor das hipóteses, a alta direção.
Falar sobre Gestão de Pessoas nas empresas é falar sobre eficiência e resultado financeiro para as organizações, algo muito claro e comprovado pela pesquisa.
Eu mesmo, como especialista em Recursos Humanos, tenho trabalhado muito com a implantação ou reestruturação de setores de Recursos Humanos em pequenas e médias empresas e tenho visto muito disto na prática.
Percebo que felizmente a maioria dos pequenos e médios empresários perceberam que o hábito de consumo dos seus consumidores e as relações de trabalho com as novas gerações tem impacto muito a relação empregador e empregado, sobretudo depois da pandemia do COVID-19.
Hoje o trabalhador brasileiro está mais consciente dos seus direitos e não hesita em trocar de emprego onde ofereçam um salário melhor ou mesmo mais benefícios como horários flexíveis e afins.
E como as pequenas empresas concorrem com as empresas maiores que possuem margem de caixa para oferecer mais benefícios?
Eu sempre saliento para meus clientes que é melhor começar pela melhoria do clima organizacional e prezar sempre pela transparência nas relações de trabalho.
Locais onde a liderança apoia e o funcionário se sente pertencente já é meio caminho andado para aumentar o engajamento dos colaboradores e, conforme este resultado financeiro for aparecendo, obviamente é interessante a empresa oferecer mais benefícios como contrapartida.
Para finalizar, saliento que é crucial o entendimento básico que todo líder ou “chefe” que tenha pelo menos 1 colaborador abaixo de si já é um gestor de pessoas e precisa sim ser capacitado para tirar o melhor do talento que ele lidera e assim ir reduzindo as taxas de rotatividade do seu setor.
Acesse o estudo na íntegra: Dados completos da pesquisa “Panorama da Gestão de Pessoas no Brasil” 2024