Deverá o Tik Tok ser incluído numa estratégia de employer branding?

Com o crescente aumento de utilizadores, a questão sobre a adequação do TikTok como canal para a atração de talento ganhou preponderância sendo um dos temas em voga junto dos profissionais de Employer Branding.

São várias as evidências que demonstram que efetivamente o TikTok pode ser usado para fins de atração e deixo aqui este artigo já de 2023 como exemplo ilustrativo:

https://www.cnbc.com/2023/01/09/how-tiktok-influencers-are-helping-companies-recruit-new-workers.html

Contudo, e fugindo à lógica banal que muitas organizações ainda utilizam de “temos de estar onde todos estão”, importa perceber antes de mais quem são as pessoas que pretendemos atrair.

Num passado não muito longínquo, a adoção do recrutamento de massas era visto como a melhor forma de conseguir ter os melhores candidatos, mas nos dias de hoje, com candidatos bem informados e com acesso a tanta informação sobre as empresas, essa estratégia está morta.

A solução passa efetivamente por ter uma comunicação transparente, direcionada às pools de candidatos alvo pretendidas.

Quer isto dizer que a atração de um gestor deverá ser significativamente diferente da atração de um engenheiro. Não só nas mensagens veiculadas, mas também nos canais utilizados.

Voltemos então ao TikTok. O que sabemos desta plataforma?

Em Portugal o TikTok tem perto de 2 milhões de utilizadores (dados de 2022) sendo que cerca de 34% destes têm entre 14 e 18 anos e 39% entre os 19 e os 24 anos.

Com estes dados conseguimos logo perceber se os nossos candidatos alvo se enquadram e se o TikTok é uma boa aposta como canal de atração.

Mas acresce um segundo fator, o conteúdo. Como comunica a minha marca?

Sendo uma plataforma baseada em vídeo, uma das opções é efetivamente ir pela via de influenciadores, pessoas com uma base já assegurada que garantem o alcance das publicações. A segunda via é a de utilização de recursos internos, os chamados embaixadores de marca, que trazem consigo o benefício do reconhecimento interno e com isso o potencial de multiplicação por via das partilhas de colegas da organização.

Tem a organização capacidade para a produção contínua de conteúdos de vídeo? Caso não tenha, mesmo que exista adequação do público-alvo, a entrada no universo TikTok poderá trazer mais dissabores do que conquistas.

Em suma, a decisão de adotar o TikTok como um canal para uma estratégia de employer branding não deve ser apenas baseada na notoriedade do canal num determinado momento. Se o TikTok pode ser usado para fins de atração de talento? A resposta é sim. Se todas as empresas o devem fazer? A resposta é não.