Empreendedorismo Feminino

Empreendedorismo Feminino: Mulheres envolvem-se transversalmente nos negócios e são líderes mais operacionais e executoras.

É já amanhã, quarta-feira, que se celebra mais um Dia Internacional da Mulher. Numa época em que cada vez se acredita que as mulheres têm as mesmas oportunidades para alcançar posições de liderança, não deixa de ser importante perceber que esta crença ainda não provou mudanças suficientes no panorama atual.

O IBM Institute for Business Value e a CHIEF, a única rede privada de membros concentrada em ligar e apoiar mulheres líderes executivas, divulgaram no início deste mês o estudo “Mulheres na liderança: Porquê que a perceção supera a realidade e o que fazer a esse respeito”, onde uma das principais conclusões é que os preconceitos continuam a ser uma barreira e que, para os quebrar, as organizações precisam de melhorar a forma como abordam a paridade de género e criar estruturas e sistemas que funcionem tanto para homens como para mulheres e homens.

Sobre isto, Rita Maria Nunes, Country Manager da TAB Portugal, acredita que a liderança no feminino é cada vez menos complexa em Portugal, acrescentando mesmo que os estereótipos e os preconceitos são cada vez menores. No entanto, não deixa de reforçar que ainda há algum caminho a percorrer.

Outra das conclusões do estudo refere que, em 2019, as indústrias acreditavam que seriam necessários 54 anos para alcançar a paridade de género na liderança. Atualmente, o espaço temporal diminuiu para apenas 10 anos, tendo em conta que cada vez mais se implementam estratégias de diversidade, equidade e inclusão. No entanto, a realidade é outra e a paridade de género continua a décadas de distância.

Relativamente a esta conclusão, Rita Maria Nunes acredita estar relacionado com o facto de “naturalmente, ser um lugar onde existem mais homens”, reforçando ainda que “as mulheres têm de dar provas de competência com maior frequência que os homens, como se ser homem anulasse a necessidade de ser competente”.

“Por outro lado, vejo como mais-valias em ser mulher e líder o facto de nos envolvermos transversalmente no negócio e de sermos líderes mais operacionais e executoras do que os homens”, acrescenta.

“Acho que cada vez mais as empresas e organizações têm o tema nos objetivos. No entanto, é preciso trabalhar na manutenção destes objetivos específicos. O trabalho tem de ser de todos: empresa, departamentos, e responsáveis de topo. Só assim vamos ver mudanças a acontecer”, explica a Country Manager da TAB Portugal.

O conceito da TAB é criar boards, cada um até 10 membros e com empresas de diferentes áreas de negócios, e fazê-los reunir uma vez por mês. Nessa reunião mensal, com apoio de um facilitador, as empresas ajudam-se mutuamente em termos de metas e partilham diferentes experiências e percursos. Para além disto, há ainda uma reunião mensal das empresas a sós com o facilitador, para um acompanhamento mais personalizado.

“Não tive dúvidas de que Portugal precisava deste conceito único e inovador para ajudar os empresários a chegar mais longe – a TAB. Quero transmitir aos outros a certeza e ânimo necessários para resolver qualquer desafio que lhe coloquem. Com base na minha experiência de empresas e líderes empresariais, sei que as mulheres querem ser contratadas não por serem mulheres, mas por serem uma mais-valia”, conclui.