Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Começámos o ano de 2020 com imensos planos quer a nível profissional, quer a nível pessoal. Planeámos estratégias, definimos formas de crescimento e de como nos mantermos competitivos no mercado. Analisámos e ponderámos formas de continuar a evoluir e a aprender, mas tudo mudou com uma situação que ninguém esperava: uma pandemia global!

Num curto espaço de tempo vimos vários negócios a tentarem reinventar-se, empreendedores a surgirem devido a novas necessidades no mercado, empresas a adaptarem-se às novas contingências, de modo a proteger a saúde pública, mas querendo manter a sua rentabilidade.

Atuo numa empresa na área de sistemas de informação, a Aubay Portugal, que foi adaptando o método de trabalho até possuir 100% da empresa a trabalhar de forma remota, no pico da pandemia.

Será a pandemia uma impulsionadora de novos métodos de trabalho que se vão perpetuar para o futuro?

Ano após ano, são cada vez mais os colaboradores que têm a expetativa que o trabalho remoto passe a fazer parte do seu dia a dia profissional (fonte: The 2020 State of Remote Work). Contudo, existem no mercado empresas ou áreas de atividade mais resistentes à mudança, mais tradicionais e outras em que novos métodos de trabalho já são algo mais consistente.

Com a necessidade de adaptação devido às circunstâncias que vivemos, poderemos ter uma janela de oportunidade para testar e verificar que existem outros métodos que resultam igualmente e que podem impactar em vários aspetos da vida laboral.

Certamente o trabalho remoto trouxe vários benefícios: conseguimos manter uma empresa a 100% e em segurança.

Desenvolveram-se novos métodos de comunicação, recorrendo a plataformas digitais tão diversificadas para chegar aos nossos interlocutores. Ganhámos a flexibilidade para trabalhar a partir de vários locais, de conseguir gerir o nosso horário e até a possibilidade de termos uma maior conciliação da esfera laboral com a esfera pessoal.

Por outro lado, existem questões que vão sendo levantadas, tais como: dificuldades em colaboração e comunicação, a solidão, manter a motivação das equipas e entre equipas, não conseguir desconetar do trabalho, a perda de ligação com a equipa (fonte: The 2020 State of Remote Work). Desta forma, acaba por ser um desafio manter a cultura organizacional da empresa.

Conseguiremos assim retirar uma aprendizagem desta situação, e adaptar-nos a uma nova realidade de forma a retirar o mais positivo de novos métodos de trabalho? Conseguiremos encontrar um equilíbrio em que as empresas possuam novos benefícios para os seus colaboradores?

Será essa a grande missão do futuro.