Novo ano, novas cadeiras!

Estamos a inicio de 2023, trazendo esperança para concretização dos objectivos que não foram alcançados em 2022 e dos novos que traçamos para este novo ano.

Esperança obviamente não é suficiente para que algo seja alcançado, temos que nos mexer e fazer as coisas acontecerem. Isso passa por traçar, reavaliar, colocar em movimento planos e ideias que sejam pertinentes para as carreiras profissionais que queremos criar para nós.

O que vivemos neste meses, me faz lembrar uma brincadeira muito comum que se faz normalmente nas festas de crianças: a dança das cadeiras!!!

Como profissional de RH, ouço uma música de fundo que está tocando e que creio todos profissionais de RH também estão ouvindo. Enquanto essa música toca, os talentos/colaboradores vão se mexendo, saltando de cadeira em cadeira, de uma empresa para outra. Quero crer que em breve a música irá parar e aí teremos uma melhor ideia de como as equipas estarão compostas para 2023.

Os primeiros meses do ano são sempre muito agitados e colocam muita pressão nos profissionais de RH. Por um lado, temos que contratar freneticamente e por outro procurar reter os talentos que temos. Os mesmos que contratamos, são os que outros colegas estavam também tentando reter e vice-versa.

Assemelha-se também a um leilão: os talentos são os bens e quem der mais, leva! Não coloco isto de uma forma negativa, de modo algum. O “dar mais” que aqui trago é todo um pacote financeiro, de benefícios e emocional que uma instituição pode oferecer a um colaborador.

Os EVPs (Employee Value Proposition) são colocados a prova e os recrutadores tem que os apresentar e “vender” da melhor forma, tanto para atrair como para reter.

É uma oportunidde para os colaboradores poderem abraçar novos desfios em novas empresas ou mesmo de poderem renegociar seus atuais pacotes nas empresas em que estão.

É certo que a decisão final está na mão dos colaboradores, mas como empresas podemos fazer uso de diversos mecanismos seja para reter, bem como para colmatar estas saídas:

  • Desafiar e inspirar – cada vez mais os colaboradores precisam de sentir que estão evoluindo, desenvolvendo como pessoas e profissionais, que o trabalho que fazem tem um impacto positivo e importância para organizção e não só. Criar e acompanhar os planos de desenvolvimento, com claras perspectivas de crescimento, requisitos e estágios necessarios a passar ao longo da jornada. Assegurar que haja um pipeline de talentos a fluir na organização;
  • Reconhecer e recompensar – é certo que nem tudo se resume a dinheiro, mas este é sim uma peça importante neste puzzle. Garantir que os nossos EVPs estejam alinhados as práticas de mercado é crucial para nos mantermos competitivos. Buscar criar condições reais para que haja equilíbrio entre a vida pessoal e profissional dos colaboradores, mostra-se essencial, especialmente considerando que a maior parte da força de trabalho na atualidade são Millennials que valorizam sobre maneira este aspecto. Se atentar a questões que contribuam para um ambiente saudável do ponto de vista mental, físico e social;
  • Investir no fortalecimento das lideranças – acompanhar, orientar, treinar os líderes à todos os níiveis é fundamental. Alguns dizem que os colaboradores não deixam a empresa, mas sim o líder, quando este não apresenta as competências necessárias para gerir pessoas;
  • Ter uma Cultura organizacional saudável – criar um sentimento de pertença, fazer com que se viva no dia a dia, do topo até a base, os preceitos fundamentas da sua cultura e que está seja uma forma de agregar, elevar, unir e alavancar equipes e resultados. Alinhar as suas práticas, políticas e procedimentos a realidade do negócio, da cultura e da comunidade em que está inserida;

As mudanças são bem-vindas e estar preparado para as enfrentar/acomodar mostra-se preponderante, tanto para colaboradores como para as empresas.

Na minha óptica, do ponto de vista do colaborador, o que deve prevalecer ou que deve nortear as decisões, deve ser o plano de vida e carreira que o profissional tenha desenhado para si. O movimento de sair ou de permanecer deve estar alinhado com aquilo que cada um esteja a trabalhar afincadamente para alcançar.

Escusado é dizer que as empresas também irão se alinhar com suas estratégias traçadas e buscarão as soluções que melhor se adequam as mesmas.