O momento de decisão

A importância dos momentos de crise nas decisões de mudanças na gestão das pessoas e das organizações.

A palavra crise tem adquirido com a evolução da língua uma associação a momentos de enorme dificuldade, incerteza e distúrbio na ordem instalada colocando em causa aquilo que é dado como adquirido e aceite pela generalidade das pessoas.

Esta significância dada à palavra crise difere um pouco

Da sua raiz etimológica do grego ‘crĭsis’ e que de acordo com o site ciberdúvidas pode ser definido como o “momento de decisão, mudança súbita… faculdade de distinguir, decidir e julgar”, normalmente, associado à medicina e que não se pode dissociar da oportunidade que cada momento decisivo nos apresenta.

Vivemos por estes dias um momento decisivo de profundas transformações e mudanças que estão a afetar de uma forma muito rápida e profunda a forma como vivemos e nos relacionamos uns com os outros, mas também a forma como encaramos o mundo e a nossa relação com o as organizações para as quais trabalhamos, com impactos que seguramente irão perdurar no tempo.

Na sua origem a palavra determinava

O ponto em que, numa situação de doença, era necessário a capacidade para distinguir, julgar e tomar a decisão que poderia significar a diferença entre a vida e a morte do paciente.

Todos concordamos que uma decisão desta natureza não pode ser deixada ao acaso nem a curiosos e exige profundo conhecimento do paciente, da doença e dos tratamentos disponíveis para poder decidir quais os mais indicados ao caso em concreto.

O impacto económico provocado pelo vírus COVID-19 está a provocar uma pandemia económica que exige dos gestores as mesmas capacidades de modo a evitar o fim da vida de muitas empresas.

No meio da pandemia económica e exatamente quando foi preciso capacidade de distinguir, julgar e decidir foi para o gestor de recursos humanos que, no momento decisivo, muitas organizações voltaram as suas atenções para que pudessem tomar a melhor decisão e optar pela estratégia mais adequada para resistir a uma “doença” súbita para a qual não existiam protocolos de tratamento previamente estabelecidos.

Esta situação veio trazer um novo protagonismo e vem colocar ao responsável de recursos humanos um profundo conhecimento do seu sector de atividade, da sua organização e dos seus “stakeholders”, bem como, resiliência, criatividade, comunicação, empatia, capacidade de mobilização e decisão, visão, foco, dedicação e disponibilidade, características que distinguem e caracterização um líder.

São os momentos de ‘crĭsis’ que trazem oportunidades para o surgimento de uma nova liderança que permita às organizações adotarem novas soluções para as tornar mais fortes e com uma visão mais adaptada a uma nova realidade.

O grande desafio que se coloca às organizações é que passado, passado que foi o desconforto inicial, não se voltem a refugiar nas soluções conhecidas porque estarão a competir num contexto competitivo profundamente alterado que exigirá outro tipo de respostas e onde a existência de um propósito com o qual as pessoas se identifiquem será um fator crítico de sucesso.

As terapêuticas adotadas durante esta fase irão revelar muito sobre as organizações e terão consequências na reputação.

Esta é uma grande oportunidade e responsabilidade com o que gestor de recursos humanos se depara neste momento decisivo que é o de fortalecer a marca de empregabilidade da sua organização liderando a mudança e projetando o futuro com o propósito que escolherem para a vossa organização.

O nosso propósito e o momento de decisão que vivemos é de “Uplifting Lives”.