O RH do RH

Há décadas, o departamento de Recursos Humanos tem feito muitas marcas no apoio incondicional aos mais diversos grupos de profissionais, com ferramentas e metodologias certeiras.

Sabemos o quanto é importante estar de mãos dadas com cada nova conquista e como nos traz satisfação… mas, se temos plena consciência que administrações de ponta propõem um modelo de autogestão, desenvolvimento próprio e real protagonismo profissional, eu lhe faço a pergunta direta: quem cuida de sua carreira?

Suas decisões são guiadas por pensamentos próprios seus, sendo (ou não) endossadas apenas pela linha hierárquico-funcional? Quem é o seu RH, caro(a) realizador?

Esta pergunta fica mais forte quando se é profissional autônomo, quando se decide empreender.

As ideias parecem não ter fim. Os sonhos se mostram alcançáveis e o mundo… ah… este parece tão pequeno para tanta realização que está por vir! Por esta razão, visualizar o caminho e poder traçá-lo de maneira clara e real se faz tão importante quanto o desejo de garantir que nada saia dos eixos.

Decisão tomada… vemos todas as portas que nos esperam e a nítida sensação de que as escolhas dependem mais do que nunca de si próprio… e mais ninguém. É importante que, no entanto, esteja claro que nenhuma das portas disponíveis se abrirá para a anarquia profissional. Pois é: as portas a serem abertas nos levarão a situações às quais deveremos respostas, e não indagações.

Antes de tudo, é preciso seguir a receita simples de três ingredientes básicos… sem os quais, empreender (que vem de algum dicionário da vida, dizendo “viva por si” – risos) fica impossível; esta mesma vida arranjará uma forma de dizer “volte algumas casas e arrume um emprego”.

Enquanto a decisão de empreender ou de trazer protagonismo real a sua carreira (neste último caso, se você trabalha em uma organização definida e mantém seu assento no veículo grandioso, que traça a rota e o destino) vem da descoberta do seu propósito, é hora de canalizar todo seu talento para que encontre a necessidade alheia. E o mundo é grande o suficiente para que o limite seja longínquo, desafiador e prazeroso, tudo ao mesmo tempo!

Planeje, pesquise, descubra os caminhos, os atalhos, os meios…

Na sequência, você entenderá que a autogestão de sua vida profissional é uma constante de ações repetitivas que se apoiam na persistência e no desejo de fazer de seu propósito, sua realização.

Falo então da rotina… esta palavrinha que ocupa um lugar ingrato no linguajar popular, uma vez que os alicerces do “viva o agora” são o imprevisível, o surpreendente. Mas… salvo se sua profissão seja a de segurança em porta de balada, enfermeiro de UTI ou paramédico socorrista (que tudo espera a qualquer momento da jornada), não há ser que sobreviva por tanto tempo com relativa tranquilidade, sendo submetido a dias em estado de alerta constante.

E a rotina vai lhe trazer uma sensação de monotonia que não tem fim. Mas é ela mesma que vai lhe fazer olhar ao lado e, logo de início, lhe fazer entender os pensamentos padronizados, poder congelar todas as variantes do período diário, menos uma delas, e entender se, assim, o processo acelera ou recua. É a rotina que vai te fazer enxergar as métricas, sem as quais, não se pode entender para que, onde ou até quando se caminha.

Por último, observar o que sai dos trilhos e poder corrigir é um privilégio que somente quem protagoniza a própria carreira com clareza e muita vontade pode ter. Fracione o seu tempo estabelecido até o alcance de objetivo em porções iguais, ao fim das quais possa avaliar, com verdade, o êxito do processo.

O RH é fantástico, e você precisa ser o maior beneficiário de todo o arcabouço que sempre põe à disposição para tantos profissionais.
Dê a claridade merecida ao seu protagonismo, siga a receita simples e faça seu propósito encontrar a necessidade que o mundo apresenta.

Ah, e os três ingredientes estão aí dentro de você: propósito, rotina e avaliação. Boa jornada!