A depressão e o líder humanizado

“Amor sem verdade não é mais do que paixão; verdade sem amor não passa de crueldade.” Wilfred Bion

A depressão é conhecida como “a doença do século”, e isso não acontece por acaso. Estima-se que em poucas décadas essa enfermidade terá ultrapassado em números outras patologias historicamente líderes no ranking de doenças mundo afora, como câncer e problemas cardiovasculares. Por conta disso, o que mais se vê nas empresas atualmente são pessoas em estado de depressão. Infelizmente, isso tem se tornado algo mais comum do que gostaríamos de ver.

Em nosso país, milhões de pessoas estão diariamente angustiadas ou deprimidas por conta do trabalho, e quando digo “trabalho”, estou me referindo ao chefe ou ao ambiente organizacional em que o sujeito está inserido, não a algo abstrato e difuso.

Quando a ideia das empresas humanizadas surgiu, há poucos anos, logo a liderança servidora entrou em pauta. Contudo, essa questão é bem mais profunda do que simplesmente otimizar as relações profissionais e está ligada diretamente aos relacionamentos humanos e interpessoais.

Trata-se de olhar para o outro não apenas no âmbito do profissionalismo e da técnica, mas sobretudo como uma pessoa que precisa de ajuda, precisa ser servida de uma forma genuína, com o amor do coração e da alma.

Outro ponto importante são as ações movidas contra as empresas no âmbito da Justiça do Trabalho. Mesmo com a reforma trabalhista, que flexibilizou diversos pontos importantes ligados a esse tema, muitas pessoas ainda processam as organizações por conta de assédio moral.

Contudo, esse processo na verdade geralmente é contra o gestor, aquele líder imediato que realmente é a representação concreta da empresa perante os colaboradores no dia a dia. Muitas organizações gastam milhões com processos trabalhistas por conta de lideranças ruins e ambientes tóxicos, e essa dura realidade precisa ser modificada com urgência!

Precisamos de gente (líder) que goste de gente de maneira genuína, que traga em sua bagagem de vida a prática de bons valores morais.

É preciso haver mais respeito, empatia, afetividade e amor ao próximo nestas relações (chefe x subordinado), sem interesse, apenas pelo fato de querer ver o outro bem, apenas pela prática do servir.