Branding: Reconhecidos? Só depois de conhecidos!

O meu percurso profissional tem me permitido entender a importância da união do marketing e da gestão de pessoas – maRHketing – conceito que, acredito, irá continuar a revolucionar o mercado de trabalho através da continuada aposta no employer/employee branding e vivida através da employee experience.

Tudo o que somos e fazemos, necessita de ser comunicado e dado a conhecer para que possa ser entendido pelo nosso público-alvo, e só seremos reconhecidos se nos dermos efetivamente a conhecer. Não basta fazer bem se quem queremos que valorize o que nós fazemos não o consegue percecionar. É esta a dificuldade de pessoas e organizações, que dificulta o processo de atração entre as partes.

Numa visão mais individualizada, acredito que todas as experiências que temos ao longo da nossa vida são essenciais para o nosso desenvolvimento, contribuindo para a construção da nossa própria marca (pessoal e profissional), influenciando a nossa notoriedade e credibilidade perante os que nos rodeiam.

É desejável que, o que somos na realidade se aproxime dia após dia do que desejamos ser, para tal, precisamos de nos desenvolver constantemente. Para que isso aconteça, precisamos de ter uma estratégia e utilizar todas as ferramentas e ajudas que temos à nossa disposição, entre as quais a educação, a formação e a mentoria.

Por outro lado, acredito que são as experiências em que podemos entregar mais de nós próprios que mais potenciam o autoconhecimento e onde podemos identificar as nossas principais forças e fraquezas e acelerar o nosso desenvolvimento individual. No meu percurso, destaco os 13 anos de desporto federado e os diferentes papéis desempenhados enquanto dirigente associativo, onde pude, de forma voluntária, dedicar-me a causas e instituições. Estas experiências, maximizaram a importância do trabalho em equipa e fizeram-me, desde cedo, procurar ser um líder inclusivo, leal e empático, pois essa é a única fórmula que acredito ser eficaz para envolver uma equipa numa causa, em que o salário que temos para oferecer é puramente emocional, baseado na experiência e no propósito.

São escolhas e experiência como estas que moldam a nossa imagem perante os outros, que definem a nossa marca pessoal, mas também que nos guiam em termos de propósito e papéis que assumimos nas empresas. Para mim, particularmente, é crucial fazer sempre algo em que acredito, que possa defender de forma convicta e sobre o qual possa ter a minha marca pessoal associada. No fundo uma empresa/marca que partilhe os mesmos valores que eu.

O que une e separa pessoas e organizações?

É aqui que começa o cruzamento entre Personal/Profissional Branding e Employer Branding. Quando acreditamos na marca de empregador que representamos, vamos associar a nossa marca pessoal de forma descomplexada, contribuindo fortemente para a sua credibilidade e notoriedade, dando então forma à Employee Branding, que se revela quando existe engagement e o empregado toma como sua a marca do empregador. Quanto mais credível for a minha marca pessoal mais enaltecida será a marca do meu empregador (e vice-versa), atingindo o expoente máximo sempre que divulgada com orgulho e de forma voluntária.

Para podermos atrair os outros até nós e fazê-los desejar querer ter uma ligação connosco, é desejável conhecermo-nos a nós próprios, entender o que fazemos bem e o que temos a melhorar. Depois disso, devemos iniciar um processo de desenvolvimento da nossa imagem, da nossa forma de estar, da nossa personalidade e das nossas competências, consolidando o nosso percurso através da melhoria contínua. Por último, necessitamos de saber comunicar de forma eficaz tudo o que somos e tudo o que queremos ser. Quanto mais trabalharmos todas estas dimensões, maior será (certamente) a nossa notoriedade e credibilidade e mais portas se irão abrir. Mas tudo isto só valerá a pena, se a experiência de quem se cruza connosco e com a nossa marca, for totalmente coerente com o que o nosso Branding sugere que somos.

Numa perspetiva organizacional, para serem capazes de atrair e reter as pessoas que desejam, as empresas precisam de apostar de forma estratégica na sua Employer Branding, como forma de alcançar a notoriedade e credibilidade desejadas. Para tal, é crucial ter consciência que a verdade deve ser a base de tudo e que a forma como tratam as suas pessoas e a dão a conhecer ao mercado, será a forma como todos os stakeholders vão “avaliar” a empresa. As marcas só terão uma Employer Branding forte quando a Employee Experience for positiva.

Em suma, conseguimos perceber que pessoas e organizações, precisam de trabalhar a sua marca, e que isso se faz de dentro para fora, com alicerces robustos e com base em verdades. Não chegará certamente que as redes sociais sejam fantásticas, pois se a experiência que proporcionarmos a quem queremos atrair não for condizente, mais cedo ou mais tarde a nossa notoriedade e credibilidade sairão prejudicadas e os resultados desejados não serão alcançados.

Concluo então, que só poderemos ser reconhecidos se antes nos dermos a conhecer de forma
eficaz!