Millennials: POUCA idade, MUITO para falar

Você está pronto para lidar com eles?

Talvez a pergunta correta seja: É preciso “lidar” com eles?

Digo, “lidar” no sentido pejorativo, como se fosse algo penoso, quase impossível de ser feito, em função do enorme abismo que existiria entre essa geração e a anterior.

Ou seria apenas o caso apenas procurar entender seu comportamento e atitudes, suas razões e – com tranquilidade – conviver com eles, como convivemos com tantos outros grupos que pensam e agem de forma diversa à nossa?

Antes de iniciar esse artigo, vamos conceituar Millennials.

São as pessoas nascidas ente 1980 e 1994, ou seja, profissionais que hoje tem idade entre 26 e 40 anos, aproximadamente, também conhecidos como Geração Y.

Dito isso, pergunto: Por que devemos prestar atenção a eles?

A resposta é simples. Porque eles estão em nossas casas, em nossas empresas, na sociedade como um todo. Eles são nossos colegas de trabalho e nossos clientes (ooops, … também são nossos filhos, muitas vezes).

Estudos mostram que até 2030, os Millennials serão cerca de 75% da força de trabalho.

Há mais de 80 milhões de pessoas que se encaixam nessa “categoria”, só nos Estados Unidos, segundo o US Census Bureau.

Seu poder de compra é da ordem de U$2,45 trilhões.

No Brasil, estudos da Consultoria Booz Allen afirmam que eles representam 44% da população economicamente ativa do país, movimentando R$ 268 bilhões;

Com tal representatividade e com tal poder de compra, serão responsáveis por definir a forma como compramos, vendemos e pelos tipos de produtos e serviços que permanecerão no mercado.

Agora que sabemos quem são, fica claro porque é preciso entendê-los.

Eu proponho fazê-lo a partir do lema atribuído a eles:

Y.O.L.O.: You Only Live Once (Você só vive uma vez)

Millennials foram criados vendo seus pais dedicarem-se quase que inteiramente ao trabalho.

Além disso, foram – desde o nascimento e continuam até hoje – expostos a ambiente de alta inovação tecnológica, acesso a grande quantidade de informação e conhecimento, onde a única certeza é a mudança.

Por conta desses fatores, não veem razão para distinguir o ambiente de trabalho do ambiente de suas casas.

Executam várias tarefas ao mesmo tempo e esperam que seus ambientes de trabalho sejam igualmente flexíveis.

Entendem que não devem fidelidade às empresas e não esperam recebê-la também.

Acham natural comunicar-se diretamente com todos os níveis da organização.

Tem espírito empreendedor mais alto que as demais gerações.

Então para nós, Profissionais de RH, que temos a missão de captar, reter e manter motivado esse grupo é estar preparado para:

  • Comunicar-se diretamente com eles. O feedback deve ser direto e imediato. Eles esperam por isso, mais do que qualquer geração antes deles. Aliás espere receber feedback deles também;
  • Preparar-se para explicar o propósito das metas e objetivos que estão sendo perseguidos pela organização. Não só compartilhar, mas explicar, ideais e valores será cada vez mais necessário;
  • Rever o conceito de teamwork da organização, preparando-se para o fato de que determinados talentos irão preferir trabalhar sozinhos;
  • Repensar políticas de horário flexível, homework e de flexibilidade de benefícios, adequando-os a flexibilidade que eles esperam ter;
  • Preparar um Plano de Carreira com incrementos graduais, porém menores, de responsabilidade e remuneração, mas que seja ativado a intervalos menores. Eles precisam estar em movimento;
  • Direcionar parte de seus esforços e orçamento de treinamento para as necessidades específicas desse grupo.

Essa análise identifica o problema, aponta algumas soluções imediatas, mas NÃO resolve o problema.

A mim parece que o caminho adequado e definitivo passa por aproveitar o que sabemos sobre eles para antecipar as necessidades de quem compra nossos produtos e serviços?

Essa é minha “receita”, por várias razões. A mais importante delas são os próprios Millennials, que dentro em pouco precisarão conviver com a Geraçaõ “Z”, aqueles nascidos entre 1995 e 2000.

É a Roda da Vida girando sem parar, geração após geração.

Por fim, uma pergunta, para você Gestor de Pessoas:

Por que não aproveitar o melhor de cada geração existente na organização, integrando-as, de forma inteligente?

Se eu fosse você assumiria esse desafio.

Pense nisso.