Take 10 – “Quem mexeu no Status Quo?”
Caro leitor, chegámos aos dois dígitos… o Take 10! Aprecio o papel de narrador “dentro da história” e de partilhar este ecossistema, semelhante na essência, a tantas outras culturas organizacionais, embora aqui e ali, com alguma hiperbolização – o mundo é sempre visto pelo nosso “par de óculos” e eu não nego ter uma miopia de estimação.
A empresa está num momento de viragem, no “ponto de caramelo” da doçaria regional, e hoje vou partilhar alguns parágrafos do “turismo” que tenho feito dentro de mim, as reflexões partilhadas tornam-se “brainstormings” agitadores e é esse o propósito para avançar na coisa!
O nosso CEO, o icónico Luvinha D´Rei, vai ser o novo Charmain, deixando ao leme um novo Dom Sebastião saído da bruma, mas note-se que não vai abrir mão do navio, vai deixar de ler a carta dos ventos e deixar de levar com as tempestades de frente, vai subir ao camarote, onde tem uma vista mais panorâmica, e onde tem um” sistema de controlo do sistema” para garantir que pode sempre alterar o rumo, mesmo que o homem do leme esteja a seguir a cartografia de forma irrepreensível. É um “botãozinho de pânico” que usará, caso mude de ideias quanto ao destino da embarcação, embora quem vá ao leme possa sempre argumentar que se devem evitar icebergs, quem está no camarote sabe que em caso de colisão, há uns botes mais prioritários que outros!
A Joaquina Limpa Direitinho, lançou a bomba de que afinal o tal Dom Sebastião, era na verdade uma Joana D´Arc ou mesmo uma Padeira de Aljubarrota, que também defendeu alguns interesses geográficos relevantes…à sua maneira! – Na verdade queremos sempre idealizar a figura do herói ou da heroína a gerir os destinos de seja o que for, mas e se quem vier não for capaz de pegar no leme, na espada ou na pá?….É mesmo importante a coragem, a lealdade e o sentido de missão, será que vai ser assim?
Quem “recomendou” a Joaquina, foi o seu conterrâneo Contas do Rosário (sim ouviram bem o Dr. Financeiro!), e exatamente pela razão de virem de origens próximas, de aldeias geminadas e de ainda serem primos muitos afastados… afinal a família é para isso mesmo!
Mas a recomendação foi dirigida noutro sentido…o CEO precisava de uma empregada doméstica honesta e fiável, daquelas à moda antiga, daquelas que não se perde a ver reality shows e a navegar nas redes sociais metade da jornada de trabalho – e assim entra a Joaquina Direitinho, direitinha à residência oficial do CEO, convicta de que era só o início de uma bela carreira, que haveria de ser meteorítica!
Como em muitos casos a “criatura ultrapassa o criador”, a Joaquina conseguiu entrar no mundo corporativo, e do seu curriculum já conta um honroso cargo de “Cleaning Manager “da empresa, com direito e acesso a muita informação privilegiada e um certo “poder de facto” (não de direito) – não se lhe pode negar persistência e propósito, consistência e perspicácia – pelo que seu poder está legitimado pelas competências!
Quem sabe desta historia na empresa? Toda a Direção o sabe e metade das restantes pessoas também, a outra metade não saberá porque são contratações mais recentes, dado o turnover ter que se lhe diga, mas cedo ficarão a saber pois a Joaquina Limpa Direitinho é um verdadeiro mito urbano!
Como se irá desenrolar o futuro desta empresa e desta Direção? É uma boa questão! A Diretora de Recursos Humanos ambiciona implementar o Pinote – este projeto que tem tanto de conceptualmente bom como de dificuldade em tornar-se “vivo” nesta empresa, há que continuar a tentar, agora é um novo capítulo, e se quem vier valorizar a Gestão de Pessoas, quem sabe um novo folego impulsionará uma “nova forma de fazer velhas coisas” e o resultado passará a ser diferente.
Daqui a um tempo, quase poderemos voltar ao tema do take 1 “A bordo quem é de bordo”, pois quando muda o comandante, há sempre ajustes na tripulação.
A maravilhosa e inquietante incerteza do futuro, é vivida de forma diferente por cada um, desconfio que há quem esteja empolgado e, há quem esteja muitíssimo temerário, o Santiago Brazão tem andado com um semblante preocupado, o Contas do Rosário contínua absorto nas suas projeções financeiras, a Diamantina continua a correr na operação para evitar acidentes de trabalho, parece um catavento mas com os superpoderes de Mary Poppins.
Claro que o Janota da Cunha e o Patente Elevada, têm a autoconfiança tão exercitada, que não imaginam que a empresa possa sobreviver sem o seu brilhantismo e a sua estratégia, e até suponho de forma segura, que o Patente Elevada está já em campo para melhorar o seu sistema de controlo interno enquanto o Janota da Cunha está a trabalhar arduamente, no seu plano de conquista de uma “ela” porque acredita que pode ser avassaladoramente inteligente a sedução discreta – imagino que esta crença no desconhecido possa ser um tiro no escuro, mas enquanto se mantem este estado de ânimo e ambos estão focados na solução…saldo positivo para os defensores do “otimismo isotérico”!
Livro: Faça o Pino se a empresa dançar o Tango”
Take 9 – Não julgue o livro pela capa
Take 8 – A insondável arte da entrevista
Take 7 – Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades