COVID-19: custo ou oportunidade?

Se em Dezembro do ano passado nos levantassem um pouco do véu de 2020, todos pensaríamos que era mais um profeta da desgraça a partilhar um cenário inimaginável.

A verdade é que este ano, que agora se aproxima do fim, nos trouxe muita coisa nova para gerir e muita aprendizagem. Uma necessidade permanente de sair da nossa zona de conforto, procurando uma adaptabilidade assente numa incerteza permanente. Foi um ano de mudança muita significativa para Empresas e Pessoas, de todos os quadrantes sem excepção, pois foi um tema que afectou de igual forma o todo e não apenas algumas partes.

Mas, no entanto, Crise escrito em chinês compõe-se por dois caracteres, um representa perigo e o outro oportunidade! E não há reflexão que se possa aplicar melhor ao que vivemos nos últimos tempos do que isto, um perigo generalizado, mas ao mesmo tempo uma oportunidade. Essa pode significar uma adaptação, uma reinvenção ou até uma invenção do zero, aproveitando tudo o que nos trouxe esta Pandemia chamada COVID-19. Entre toda a panóplia de novos produtos que passaram a fazer parte da nossa vida, serviços que antes eram nichos e agora são preferências, um mundo digital cada vez mais presente em todo e qualquer segundo, as empresas e a sua forma de desenvolver a sua actividade também mudou.

Entrou em cena um tabu de muitos anos, o Teletrabalho!!!

Aquele bicho papão, que todos sabíamos que seria o futuro, mas que custava a entrar nas nossas agendas por ser um tema bastante sensível… Que partida nos calhou, quando em Março fomos todos confinados e não há mais questão sobre o assunto! Logicamente nem todos pudemos passar a este regime, pois a nossa vida depende sempre também de muito trabalho presencial, mas num país como o nosso que tem um grande peso do sector de Serviços, obviamente que teve um impacto bastante significativo. Se podemos num primeiro momento pensar que a única coisa que aconteceu, foi termos as nossas equipas a trabalhar em casa, a verdade é que em muitas empresas isto significou investir em equipamentos, recuperar recursos digitais que tinham ficado em stand-by, apostar em novas tecnologias complementares ao nosso dia-a-dia e tudo isto a acontecer em paralelo com “another day at the office!” Well in another office…

Custo ou oportunidade?! Esta é a grande pergunta.

Para mim, foi uma oportunidade! De nos reinventarmos, de encontrarmos novas formas de fazermos as nossas tarefas, com menos papel, menos burocracia, de forma mais ágil e simples. Não perdendo nunca o detalhe e a atenção necessária, mas entendendo que por vezes é tempo de cortar aqueles “pónhecos” que temos e que nada trazem de valor acrescentado, nem no nosso trabalho, nem na organização. Se foi exigente para nós, que trabalhamos na área de RH?! Claro que sim, hoje estamos mais próximos das pessoas, funcionamos quase como uma delegação da “Saúde 24”, suportando cada um na gestão das temáticas pandémicas, seja porque o seu filho
tem um colega na escola que deu positivo, porque têm um primo que esteve com eles na semana
passada e deu positivo, entre outros…

Mas trabalhar nesta área é isto, é ser próximo das pessoas! E se existem teóricos que defendem
que cada vez mais o termo “Recursos Humanos” caiu em desuso, este ano de 2020 demonstra
isso mesmo, que é de Pessoas que são feitas as organizações.

Que 2021 seja um ano de consolidação das mudanças que todos nós, de uma forma ou de outra
iniciámos no ano transacto! E nunca se esqueçam: “People are our greatest asset”.