O lugar da Excelência (uma perspectiva sobre o local de trabalho)

A transformação está a acontecer. Hoje mesmo, em algum momento do seu dia, lidou com algo novo e muito provavelmente teve dúvidas em qual seria a melhor solução. Seja uma resposta para um cliente interno, uma venda, a apresentação de um orçamento ou uma questão sobre trabalho híbrido, a verdade é que estamos a adaptarnos. Ou noutra perspectiva, estão a adaptar-nos.

Neste último fim de semana estive à conversa com amigos e familiares e surge sempre numa parte do tempo os temas de trabalho. Acredite que se fosse há uns anos, muito provavelmente os temas das conversas e das preocupações seriam outros. Agora focam-se maioritariamente num: pessoas em contexto de trabalho. Evocam as recusas constantes nas ofertas e propostas de trabalho, a falta de pessoas com skills sociais, as expectativas salariais que revelam desenquadramento com o que têm actualmente na empresa, no modelo de trabalho (presencial/híbrido), no work life balance e em outros tópicos que outrora eram somente palavras em livros.

Rapidamente chegaram à conclusão de que não eram casos isolados e que esta transformação é global. Sabemos hoje que o mercado mudou e existem duas hipóteses muito esclarecedoras: ou as organizações se adaptam por si mesmas ou são adaptadas pelo mercado.

A pandemia veio sublinhar o que realmente era importante tanto para as organizações como para as pessoas que trabalham nelas. A questão é: quem aprendeu mais?

Pelo que vou lendo e vendo, muitas organizações estão a implementar um sistema híbrido de dias em casa vs dias no escritório (4- vs 1 ou 3 vs 2) com relativa liberdade para o horário tendo em conta que as suas tarefas e responsabilidades assim o permitam. Também vou sabendo que há organizações que preferiram o modelo presencial a 100%. Mas, se o que buscamos nas pessoas é a excelência e se a excelência é ir além do óbvio, existirá diferentes perspectivas entre consegui-la num escritório, num home office, num hotel ou num aeroporto? Sabemos que o contacto das equipas não pode ser somente virtual, mas se o fizermos de uma forma a dar liberdade sabemos que terão gosto em lidar com essa responsabilidade.

Por outro lado, em muitos outros casos e funções o processo será porventura muito mais complexo e exigir outra perspetiva. A grande questão é que a transformação está mesmo a acontecer e precisamos de gostar de viver nela de uma forma constante e não transitória. Saber que a excelência começa a não ter lugar sentado num escritório e sim na liderança, na atitude e na liberdade com responsabilidade de cada pessoa.